Ritual de Passagem da Mulher Germânica

Os rituais de passagem dos rapazes tiveram sempre um destaque especial nas comunidades germânicas. Na Velha Germânia, os jovens entravam no círculo dos adultos após se submeterem a um teste de coragem, enfrentando um auroque (Urus). Animal viril e indomável, o extinto auroque  -  há uma associação em Portugal empenhada em "despertar" a alimária do imaginário ritualístico da pré-história a partir do ADN de ossos - era o agente principal do rito de passagem da puberdade à adolescência do futuro guerreiro, que exibirá até à sua  morte o corno do seu grande troféu na batalha dos instintos. Na Escandinávia a prova exigia também destreza, força e capacidade para superar situações inesperadas para que o jovem merecesse a sua espada.

E como era com as raparigas numa sociedade patriacal? A jovem submetia-se também a momento de integração no grupo social e com o mesmo respeito. Há poucos dados, mas os que existem mostram que a primeira menstruação marcava o ponto de viragem da púbere. A iniciação nos mistérios femininos decorria em ambiente privado, contrastando com o aspecto público e agitado do ritual masculino. Frigga e Freya presidiam à cerimónia íntima da futura mulher. Os homens estavam excluídos, era um momento só delas e sobre elas recaia o olhar das Mães Deusas. Não há nada que explique como seria a intimidade entre elas, supõe-se que seria um belo gineceu. Os homens entravam na festa na parte final, já a jovem consagrada adulta e fértil.  Ao pai oferecia um corno cheio de cerveja e à sua mãe anunciava publicamente que havia outra mulher na comunidade.

A menstrução, segundo as crenças hindus, é o equivalente ao sémen. Substâncias fisiológicas sagradas e mágicas, essenciais à emancipação não apenas físicas mas também espirituais do ser humano.

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