O mês da Lua de Neve

Hail, janeiro, mês da Lua de neve, no calendário Asatru, e porta que se abre no rosto dos começos do romano Janus, cuja outra face perde o seu olhar nos finais de um ciclo. Lentamente, levanta-se a cortina do escuro, anunciando tempos mais luminosos e férteis. Aproxima-se o despontar da bétula, a árvore da aurora da vida, do branco e de tudo que se torna visível. Um cenário alvo que nos faz recordar a mãe Berchta, imaginada vestida de branco a montar um belo e argênteo cavalo.

Bertcha personificava a claridade como arauto da ressurreição do Sol nos dias mais brilhantes da época resplandecente e gestante. As festividades de berchteln ou bechteln encerram um padrão idêntico às experiências alegóricas do combate entre o Ano Velho e o Ano Novo e a confusão sonora dos chocalheiros transmontanos. Berctha representa a luminosidade do Novo Ano, a magia que faz despontar todas as formas de vida, por entre a escuridão do Ano caduco.

O tempo de Caçadora Selvagem já findou, mas a sua natureza maternal e protetora permanece latente, aguardando pelo parto da natureza na primavera. Senhora do Destino, vai soltando os fios da roca universal, sem desvendar os mistérios da morte.

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