Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2014

Conversa com o pénis de Frey

Imagem
Fragmento de um amuleto-pénis romano (Museu de Penafiel) Para representar fisicamente o poder regenerativo do sol primaveril, o indivíduo antigo adotou a imagem da masculinidade, como símbolo desse poder sobrenatural e genésico. O boi/touro e o bode tornaram-se os arquétipos solares por excelência e os seus órgãos genitais símbolos supremos de culto. O falo era venerado em ereção: hierofania da divindade geradora de vida. O esplendor do vigor másculo é o agente ativo da fecundidade da terra, animais e dos seres humanos, e garante da prosperidade e dos prazeres. O culto fálico tem origens longínquas, do tempo em que o indivíduo se apercebeu do seu valor em todos os processos produtivos. Pénis e vulvas formavam uma dupla iconográfica erguida nas planícies reconhecidos em menires e mamoas - os templos sagrados do Homem primitivo. O linga de Xiva retrata essa fusão: o falo do deus apoiado na vagina da deusa numa cópula de procriação perpétua. O hierogamos entre Vénus e Marte, de Ísi

Iron Skegge e os mártires de Odin

Imagem
E, pronto, chegamos à véspera do solstício de verão, à grande festa do culminar do triunfo da luz, que agora começa, aos poucos, a despedir-se do seu reinado para ceder o trono às trevas, no inverno. O Sol é o rei que ilumina a vida, o farol do nosso caminho espiritual, a tocha que nos guia na superação do limites inerciais da consciência, é a luz que nos desperta e nos faz reluzir enquanto indivíduos.  O brilho das nossas convicções é que nos demarca dos restantes e é o foco que nos mantém no trilho do que consideramos justo e livre. Por coincidência, o dia 20 de junho, a véspera do solstício, é assinalado como um marco grandioso da firmeza da identidade do povo pré-cristão que resistiu, sem se vergar, apenas derrotado pela morte, ao Cristianismo. Na Noruega de 998, o novo rei Olaf Tryggvason ordenou a destruição dos antigos templos , numa campanha de terror desde que se convertera ao Cristianismo , mas Iron Skegge e alguns de seus companheiros lutaram com os seu

Porque hoje é Ragnarök

Imagem
Fimbulvetr, o poderoso inverno, chegou para reinar durar três anos seguidos, e, assim, anunciar a aproximação do final dos tempos da Terra e do Cosmos. O frio intenso e as copiosas quedas de neve consumiram os sinais vitais da planície terrestre e acinzentou os céus, abrindo as portas ao domínio das forças do Caos. Os lobos enraivecidos conseguem engolir o Sol e a Lua, mergulhando Midgard e os Mundos Cósmicos na noite de destruição. Loki e Fenris soltam-se das amarras que lhes dominava a raiva e juntam-se a Garm, o cão-lobo guardião dos portais da morte, e em conjunto lançam-se num ataque desenfreado aos deuses e aos homens.  De Muspulheim, Surtr cavalga na frente do exército dos gigantes do fogo que destroem os sinais vitais dos mundos. A serpente Jormundgandr revolta-se das profundezas do oceano e arrastam os destroços provocados pela invasão do fogo. Os deuses sucumbiram e a humanidade despede-se com a esperança de que Leifthrasir “o desejo de vida” e a sua mulher Lif “o poten

Saudemos Feoh: a runa de junho

Imagem
No mês dedicado a Juno, a Grande Mãe e faceta romana da deusa Hera, a contraparte luminosa de Júpiter, rainha dos deuses e princípio de energia vital e fertilidade, a nossa atenção vai para Feoh/Fehu. A runa do Gado e fonte de todo o poder generativo abre o novo período do ano, ao longo do qual o Sol vai crescendo em força no céu até ao culminar no solstício de verão, o Litha Anglo-saxão e reconhecido pela tradição Asatru de Fallow.  Feoh/fehu carrega o forte significado dos raios solares sobre os solos que se vão sarando das feridas causadas pelos rigores do inverno. Esta runa tem o mesmo poder curativo e multiplicador do Sol e está sob regência de Frey. Divindade itifálica cujo longo pénis simboliza a ação penetrante da espada gloriosa do herói quando aniquila os seus inimigos. Símbolo de luz, claridade, vigor e poder, a espada era um dos objetos hieratizados de Frey e usada como dote de casamento com Gerda. A espada de Frey era pequena, semelhante a um gládio, uma versão de he