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A mostrar mensagens de março, 2017

Gosto do que nos diz o cavalo

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A cada 30 de março assinala-se o início da metade do mês rúnico, sob a égide da runa Ehwaz, "cavalo". O cavalo é o animal simbólico da camaradagem, fidelidade, da união e em torno dele criaram-se ritos de fertilidade. É, pois, um excelente momento para fomentarmos as nossas relações com os outros, refletirmos sobre a qualidade dessas interações sociais, em que moldes se estabelecem e evoluem. É importante saltar para o lado de fora do círculo que circunscreve essa relação, de modo a filtrar fatores que nos conduzem à perda da nossa indivualidade, do nosso sentido de Ser e até que ponto nos levam a abdicar cegamente de projetos, perspetivas que preencheram a nossa consciência e promoveram e deram coerência á nossa vida.  A ânsia por colmatar vazios emocionais tem, muitas vezes, o efeito entorpecente dos tóxicos químicos que nos precipitam para a dependência do outro, para a aniquilação do que somos. Todos têm o direito de irr a diar a sua luz própria e não andarmos todos

O retorno da Deusa no dia da Anunciação

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Festa da anunciação, 25 de março, dia em que o arcanjo Gabriel desceu ao mundo dos Homens  para "fecundar", por via do Verbo, Maria com a semente de Deus, que nasceria dentro de nove meses, precisamente a 25 de dezembro - outra data especial no calendário de Outros Tempos. O deste dia é um marco primordial para as convicções cristãs, que para prevalecer por entre um arraigado culto banido, mascarou-se com o significado da maternidade divina, poucos dias depois do equinócio da primavera. Hoje, celebra-se, com menos pompa e circunstância, o Retorno da Deusa, montada no seu felino ou nos alvos gansos, a soprar do seu corno a abundância pelos solos que começam a regenerar-se do frio. Ela traz também no seu ventre o filho que tornará a primavera na estação germinativa.   Se é tempo de celebrar o mistério da Encarnação, que conferiu à Virgem o estatuto de "Mãe de Deus", também é o de saudar a portadora da energia crescente da luz e da vida. O seu espírito, outr

Hoje, falo da Mãe esquecida

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Ao segundo dia de março, mês dedicado a Marte, divindade romana, originalmente, protetora da agricultura, antes de personificar as forças marciais, apeteceu-me pegar e sentir a terra. Gosto do cheiro dessa massa negra,salpicada de granulos de vida e habitada por bactérias benfazejas que operam o milagre do brotar! Gosto também de me fundir aos elementos da Natureza e aos sentidos. Gosto de entrar no útero de uma Mãe em constante alerta e dedicação, e se revolta face aos maus tratos dos seus filhos. Gosto de imaginar o leite a esguichar dos seus mamilos - por isso achei graça à tradição das mães nómadas da Mongólia em limpar o rosto e as remelas dos bebés com o seu próprio leite- e de beber esse líquido reparador e vital. Só imagino...mas também não serei um bom exemplo para falar desses tempos de vinculação à figura materna, pois maltratei os mamilos da minha mãe...não sei, acho que fui tomada por um precoce impulso para a independência, para a liberdade, para a evasão...Talvez por is