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A mostrar mensagens de 2018

Vinália!!! O Poder da irracionalidade

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Esgotam-se as últimas horas dedicadas à Vinália, dia de oferta dos primeiros frutos da vindima. Afrodite e Júpiter juntam-se a esta festa de deleites e de orgia dos sentidos. As ménades agitam os tirsos, simbolizando o poder sobre a fecundidade, e atiçam a excitação das mulheres, que se envolvem numa dança extática, de espasmo orgámiscos.. Báco desfaz-e em gargalhadas sumarentas, desafiando a ordem racional como que a abrir as portas ao irracional que emerge do inconsciente. O caos festivo e cartático faz com que a vida sorria intensamente.  O êxtase telúrco  entranha-se no meu corpo, pronto e sedento de cultivo e entrega-se aos afagos dionísicos, exaltando a virilidade por via da sublimação da fémea. Cantem mulheres!!! A serpente ergue-se das nossas cavidades, lançando hinos atrevidos ao universo!!!!  A  Vinalia Rustica, festival romano, catulpa para lugares cimeiros a deusa da sensualidade e da prodigalidade. As hetairas preparam a instauração de um novo reinado, ao longo da esc

Mulher, mãe: O Mundo, a vida. Nós Todos!!

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A aproximação do dia da Mãe  faz-me lembrar Freya, Cíbele, Deméter, Istar e tantas outras Deusas maternais de forte pendor sensual e promotoras de vitalidade, que o Cristianismo castrou e atirou os órgãos reprodutores para o olvido pecaminoso. Mãe, matéria, água e sexualidade formam uma equação desafiante, cujo resultado remete para a sumptuosidade da alma Humana, transmutada na imersão nas neblinas infernais. A Deusa é Una e a nudez do seu corpo é a mais expressiva representação da alma. Mãe induz a ideia de interior, aconchego, afeto, calor pelas carícias, humidade pelo seu leite, frio quando responsável castigadora.  Mãe, mulher compõem a base da nossa existência, a profundidade sagrada que dá forma e vida e que luta contra a repressão. Maria, a Virgem, andou pelos cantos da inferioridade dos apóstolos até ao século V; mas venceu a luta, sobrevivendo sob a condição forçada de Mãe de Deus e mais nada...tal como as mulheres após o Cristianismo de São Paulo, o misógino. Sim, Cris

Ó Frey regressa dos infernos e traz o teu falo

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Freyr, “o Senhor”, está rodeado pelos espíritos das florestas e das fontes. Trata-se de uma Divindade da Terra, que rege as chuvas fecundadoras dos campos. Simboliza também a luminosidade do sol que faz germinar as sementes e promove o crescimento do mundo vegetal. Ao Deus protetor do gado, eram dedicados cavalos, javalis, cães, os viajantes entre-mundos e do reino dos mortos trazem esporos de vida. Os Homens a ele apelavam o seu poder itifálico - paroxismo da sexualidade reprodutiva. Frey era invocado para as boas colheitas e, também, para a paz: no dia da sua celebração, nenhum sangue deveria ser derramado por motivos violentos, nem armas permitidas nos seus lugares santos. Generoso, o "Senhor do Ano repartia a riqueza pelos humanos e, assim, alegrava a sua existência e dobrava a esperança no futuro da prole. Com o seu barco Skidbladner espalhava fortuna pelos pescadores e soprava bons ventos  aos knorr de comerciantes e aos draukkar dos aventureiros dos mares.  A imagem

Ser como a Árvore: Vida e Conhecimento

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A árvore dá alimento, habitação, ferramentas, remédios, barcos, fogo, armas, sombra e conforto. É o mais antigo tema pictórico nascido no "ventre" de tempos imemoriais e dele restaram reminiscências da Árvore da Vida, do Conhecimento estampadas em diversas mitologias do mundo antigo. As representações arborescentes da Mesopotâmia ou Assíria, em torno das quais se envolvem duas personagens reverentes, em postura de  apelo e de agradecimento pelas suas dádivas, constituem as ancestrais das Árvores Sagradas da iconografia cristã. A conceção do Universo, sem espartilhos dogmáticos, foi cedendo à subordinação do pecado, e a fruta suculenta de sabedoria "parida" de símbolos da magia feminina, calcada como se fosse veneno. Vistas como entidades gigantescas vivas a quem a imaginação do Homem primitivo dotava de espírito consciente, as árvores eram garante de "pão", de conhecimento arcano e inspiração de imortalidade. Eram Mulheres-Árvores as parideiras de alim