Landvaettir: Guardiães do território

Os barcos que se abeirassem da costa com missões pacificas deveriam retirar as cabeças de dragão na proa para não ofender ou provocar os landvaettir. Atribuíam a estes espíritos protetores imenso poder, que se atualizava à medida que os honravam e faziam sentir que a sua existência era real. Esse lugar, onde reinariam, pode ser interpretado como contendo uma anima loci, um ponto geomântico, equivalente a muitos que ainda preservam a sua forma sobrenatural em locais específicos na Natureza. A importância dos landvaettir estava muito enraizada na consciência espiritual dos povos do Norte, tanto na Islândia uma das primeiras leis a ser promulgada no Althing foi proibir que as embarcações se aproximassem da costa com as cabeças de dragão na proa.
Existe uma lenda acerca do rei Harald, Dente Azul (conhecido também por construir um burgo circular com as casas dispostas de maneira a que as vias de acesso recriassem uma enorme cruz cristã) enviou um bruxo à Islândia com a missão de observar as condições para preparar uma invasão. O bruxo, porém, deparou-se com os landvaettir em posição defensiva: um dragão, um touro, uma águia e um gigante revelaram todo o seu poder em cada ponto cardeal, mostrando que não haveria uma zona frágil. O bruxo relatou o que viu e avisou que era melhor desistir da invasão. Desde então, os quatro seres sobrenaturais parecem no emblema da Islândia - tal como a nossa serpente, um dia, também fez parte da heráldica portuguesa.
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