Isa e a aprendizagem da paralisia

Isa trava e desacelera com o objetivo de criarmos uma resistência, uma intensidade especial sobre os nossos alicerces. A camada de gelo tonar-se-á água na primavera e, por ação do calor, dela nascerá matéria. E tudo recomeça do caos, como no princípio dos Tempos. Niflheim, o mundo cósmico do gelo, só tem sentido porque existe Muspelheim, o mundo cósmico do fogo. E do cruzamento das massas de ambos, do vazio manifesta-se a vida.
A lentidão do tempo em Isa, reconheço, é brutal, doloroso e parece que nunca acaba. Mas é como as lições do mestre Saturno: para passar ao nível superior é preciso parar primeiro, arregimentar as forças, perceber onde estão os defeitos para os remover do caminho, e passar, depois, à ação, com toda a força que acumulamos. Estamos num período de Isa, que dura há demasiado tempo, até para mim está a ser insuportável, mas bem lá no fundo - no tal sítio onde os peixinhos do lago sobrevivem - sei que tenho de esperar pelo estalar dos dedos que me fará avançar.
De facto, faz lembrar os trânsitos de Saturno. Morosos, penosos, parece que nunca mais têm fim. Mas têm. A luz ao fundo do gigantesco túnel acaba sempre por chegar.
ResponderEliminarDemora, mas chega. Esta é a grande lição da runa Isa, que pertence aos domínios das leis universais do Orlog (destino)
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