O tempo de Verdandi

Dezembro, décimo mês do calendário romano, governado por Decima, a do meio das três Senhoras do Destino, que personifica o Presente. Decima é a Verdandi Escandinava, a irmã do meio das três Nornas, as soberanas do Wyrd, a teia cósmica que entrelaça a existência da Humanidade com a dos Deuses. O mês da "morte" está sob a regência temporal do "aqui e agora", da oportunidade para olhar para trás, para o percurso do Passado, avaliar, medir e preparar o caminho do Futuro. Nada avançará sem esta dolorosa retrospectiva. O Presente tem a dinâmica do crescimento de uma planta. Verdandi é uma força que brota, por isso necessita de tempo, cuidado, dedicação e nutrição para que possa despontar. 


O inverno oferece esta condição, de compasso de tempo, de paralisia obrigatória para pesar o que foi semeado no passado  e está a ser colhido no presente. Nessa aparente paragem da roda da fortuna gera-se uma energia centrípeta, como a que se vivencia na runa Isa. A nossa resistência fomenta-se neste ponto virtual de suspensão. Em Verdandi podemos escolher qual a portal pela qual queremos entrar em Skuld (Futuro). Eu sei que quero cortar com o Passado, já caduco; quero avançar para o umbral da renovação, sem qualquer lamento pelos anos de empenho, de um trilho feito que não me leva para lado nenhum. 

Verdandi é a irmã do meio, e mercê desta condição, é um ponto de equilíbrio entre o Passado e o Futuro. Aproveitemos então o gelo de inverno para abrirmos novas portas para os domínios de Skuld, com o ímpeto de um adolescente.

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