Adeus às 12 Noites na celebração do Hogmanay
Dia 31 de dezembro, o ponto final do ano gregoriano, e a despedida das 12 Noites Asatru, e momento em que se celebra o Hogmanay (Escócia), a divindade solar Hogmagog. Festividades em que o ser humano se funde ao mundo animal: os jovens vestem-se com peles e cornos de animais e erguem umas varas especiais que, ao arderem, produzem imenso fumo, numa ação simbólica para afugentar os maus espíritos. Uma tradição semelhante que recordo nas Máscaras da Grande Deusa: "(...)Nesta
fase no ano celebrava-se, no segundo dia de Janeiro, a rauchnächte, a
noite dos incensos. Em
vários outros pontos da Alemanha rústica, grupos numerosos de rapazes vagueavam
de casa em casa em plena luz do dia em disfarces extravagantes, carregando
chocalhos e produzindo estalidos com chicotes para afastar influências
malignas. Costumes populares que encontramos profundamente arreigados no
planalto mirandês, onde habitam crenças mágicas e naturalistas inspiradas em
modelos ancestrais que sobrevivem ainda hoje. O som dos chocalheiros da
Bemposta provoca um efeito purgativo dos resíduos do Ano que termina, abrindo
as portas da aldeia às brisas benfeitoras do Ano que começa. Eles percorrem as
ruas pela manhã até ao meio-dia escondidos em máscaras taurinas, cujos cornos
estão enfeitados com laranjas – simbolizam provavelmente a cor do sol estival
- e vestem um fato negro tendo nas
costas o rosto do diabo e uma serpente - símbolo da regeneração - e nas mãos
trazem as tenazes do ferreiro dos infernos".
O dia 1 de janeiro desperta com o Farandulo da aldeia de Tó. O Ano Velho
é personificado por um rapaz mais velho e de cara enfarruscada de carvão que
combate com o jovem pastor e protetor da donzela portadora da árvore da fartura do
Ano Novo, personificada por um jovem. O senhor das trevas, o Ano Velho, traz na cabeça uma coroa com desenhos de um diabo e uma caveira, emblemas da morte, luta furiosamente para alcançar a “donzela” - personificação da fonte
inesgotável de vida. Durante o ritual folclórico, o Ano Velho beija as
moças marcando-lhes as faces com um rasto
negro como se delimitasse a sua posse.
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