Porque hoje é Ragnarök


Fimbulvetr, o poderoso inverno, chegou para reinar durar três anos seguidos, e, assim, anunciar a aproximação do final dos tempos da Terra e do Cosmos. O frio intenso e as copiosas quedas de neve consumiram os sinais vitais da planície terrestre e acinzentou os céus, abrindo as portas ao domínio das forças do Caos. Os lobos enraivecidos conseguem engolir o Sol e a Lua, mergulhando Midgard e os Mundos Cósmicos na noite de destruição. Loki e Fenris soltam-se das amarras que lhes dominava a raiva e juntam-se a Garm, o cão-lobo guardião dos portais da morte, e em conjunto lançam-se num ataque desenfreado aos deuses e aos homens. 

De Muspulheim, Surtr cavalga na frente do exército dos gigantes do fogo que destroem os sinais vitais dos mundos. A serpente Jormundgandr revolta-se das profundezas do oceano e arrastam os destroços provocados pela invasão do fogo. Os deuses sucumbiram e a humanidade despede-se com a esperança de que Leifthrasir “o desejo de vida” e a sua mulher Lif “o potencial de vida", que se escondem na Terra da Luz da Manhã, repovoem a Terra e iniciem um novo ciclo. 

Vidar e Vali, Magni e Modi. Balder, o espírito do Sol, e Hoenir sobrevivem à morte para estabelecer uma nova ordem divina. É esta a esperança, após a turbulência. Deverá ser este o resultado quando existe o sacrifício de muita gente: a renovação. 

Mas a sociedade moderna está ainda viciada no sistema de valores oportunistas e não permite que haja a purificação. Precisamos de sentir que as pessoas contam e são elas as sementes que fazem girar a roda do destino. Os números não têm existência, apenas alimentam o poder, a sensação efémera de satisfação que ninguém leva para o túmulo. 

As purgas não arrastam os 'lambebotistas': concretizam-lhes a ambição e protegem os amigos. 

Está na hora do verdadeiro Ragnarök!!!!

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