Viva Cíbele, viva abril de Afrodite

Vivenciamos os dias consagrados a Cibele. A ela, à deusa guerreira e Mãe dos Deuses, os antigos romanos entregavam-se a aguerridass corridas de cavalo, e ofertavam-lhe presentes. O que oferecemos agora a qualquer das facetas da Deusa? Nada!!! Durante a Megalesia, Cibele despontava a sua grandeza e inspirava os homens (porque se tratava de uma sociedade patriacal) a desafiarem as suas capacidades físicas e emocionais, pois sabiam que honravam a sua existência, honrando a Deusa. Ela conduzia uma quadriga de leões, tal como o arcano do Tarot, a Força, domina os instintos com a suavidade da inteligência, matizada com a influência da sensualidade. Eram tempos de competitvidade, de testoterona, de machos no pico da fecundidade.

O festival durava sete dias (terminando no atual dia 10 de abril) e celebrava a chegada de Cíbele a Roma. A estátua da deusa frígia, feita a partir de um meteorito - tal como a pedra negra venerada pelo universo muçulmano em Meca - entrava na capital do Império Romano para ser venerada pela sua força vitoriosa e protetora, seguida pelo seu corpo sacerdotal, os galli. Cíbele imperou no mundo antigo e até a Grécia, já servida por imponentes e graciosas divindades femininas, como Minerva, Atena e Afrodite, se rendeu a Ela. As suas celebrações atenenienses eram caracterizadas pela felicidade galvanizada de eunucos vestidos de cores estonteantes e alegres, espalhando pelas ruas os sons de orgias festivas, que os púdicos intelectuais locais pugnaram por erradicar, como Eurípedes condenou o ébrio Dionísio e as suas deliciosas Menádes.

Abril é o mês de Afrodite, a época em que a terra se abre à deposição das sementes dos produtos agrícolas, cujas coxas são acariciadas pelo beijo cálido do Sol; e despontam as primeiras flores. É o convite ao amor, à sexualidade, dos instintos utilizados de forma positiva, o resgate dos tempos dourados em que os campos eram os leitos de núpcias frenéticas e as flores os seus lençóis de cetim.

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