A abertura dos portais de Helheim

A noite ilumina-se na ténue chama das velas e alegra-se em banquetes pantagruélicos sobre as pedras tumulares. Do México aos países do Norte, os cemitérios transformam-se em agitadas áreas de comunicação e comunhão. Os vivos voltam a partilhar a mesa com os ancestrais, mantendo os laços inquebrantáveis de uma linhagem em perpétua renovação. O submundo adquire, então, matizes coloridas e aquece com a celebração de Todos os Mortos, que a Igreja mascarou como dia de Todos os Santos.
E são, de facto, santos os espíritos dos Antepassados, pois "vivem" sob a terra para preservarem o seu húmus - a substância que dá vida à semente.
Hel, deusa do Submundo Escandinavo, simboliza a faceta dual da morte. Parece estranho haver neste fim uma promessa de continuidade. Hel tem uma faceta luminosa, a garantir precisamente que a vida prossegue, embora longe de quem nos "semeou"; e tem a outra, a faceta negra, com a qual ceifa os que não queremos largar. Tudo isto em prol de um círculo ininterrupto de nascimento-morte-renascimento.
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