Gosto do que nos diz o cavalo

A ânsia por colmatar vazios emocionais tem, muitas vezes, o efeito entorpecente dos tóxicos químicos que nos precipitam para a dependência do outro, para a aniquilação do que somos. Todos têm o direito de irradiar a sua luz própria e não andarmos todos aqui tipo satélites lunares, a refletir o que os outros são - em muitos casos, aspetos negativos da sua personalidade. O cavalo é conduzido pelo cavaleiro, mas este tem de confiar no discernimento do animal na escolha dos percursos e na forma como este ultrapassa os obstáculos. O cavalo é o símbolo de excelência de espaço, liberdade, expansão e evasão. Naturalmente, são necessários limites, a responsabilização para não nos deixarmo-nos alienar por estas magníficas sensações de plenitude. Há entre o cavaleiro e o cavalo uma intimidade de simbiose, de respeito da individualidade de cada uma das partes. Quem lida diretamente com estes animais sabe o quão é precioso o respeito e o entendimento do lugar de cada um.
Não basta montar, lançar-lhe os arreios, a sela. Antes, é preciso estabelecer uma interação de respeito, de consciência não egoista do papel que cada um executa neste processo: a resposta será em igual medida ao entendimento daquele que monta do que representa o cavalo. Porque se assim for, ambos ganharão quer numa corrida, quer como veículo de transporte. O cavalo exige este respeito pelo orgulho do que é ser cavalo. Isso é extraordinário, por isso é um animal de elegância e de brilhante inteligência. Entre o cavalo e o homem - assim como entre o cão - firma-se uma das mais arcaicas relações à face da Terra - é a montada dos deuses e deusas; de guerreiros valorosos, símbolo de estatuto social.
Parece-me um bom momento para percebermos os limites do espaço dos outros e, sobretudo, do nosso. A dialética entre nós e os outros, sem que um ceda em prol da dominação do outro. Vamos procurar nelas uma contraparte de nós
mesmos, a que esteja perdida ou que nunca fora percebida. Aproveitem
para fazer uma peregrinação silenciosa ao interior. Hail!!! Viva a vida,a amizade e o companheirismo!!!!
Grata pela partilha.
ResponderEliminarFaço, enquanto Sagitário, parte do clã "Eques"...
Abraço
Maria de Cesarnac