Conversa com o pénis de Frey
Fragmento de um amuleto-pénis romano (Museu de Penafiel) Para representar fisicamente o poder regenerativo do sol primaveril, o indivíduo antigo adotou a imagem da masculinidade, como símbolo desse poder sobrenatural e genésico. O boi/touro e o bode tornaram-se os arquétipos solares por excelência e os seus órgãos genitais símbolos supremos de culto. O falo era venerado em ereção: hierofania da divindade geradora de vida. O esplendor do vigor másculo é o agente ativo da fecundidade da terra, animais e dos seres humanos, e garante da prosperidade e dos prazeres. O culto fálico tem origens longínquas, do tempo em que o indivíduo se apercebeu do seu valor em todos os processos produtivos. Pénis e vulvas formavam uma dupla iconográfica erguida nas planícies reconhecidos em menires e mamoas - os templos sagrados do Homem primitivo. O linga de Xiva retrata essa fusão: o falo do deus apoiado na vagina da deusa numa cópula de procriação perpétua. O hierogamos entre Vénus e Marte, de Ísi...