Ressuscitar o "nosso" Balder
Uma vez que vamos retomar ao ciclo crescente do Sol, que culminará com o regresso triunfal do astro da vida no solstício de verão, recordemos a morte do belo e adorado Balder, o
mais amado de todos os deuses germânicos. Essência mais pura da luz do Sol, o filho de Odin e de Frigga, senhora que regula a maternidade, tinha um
caráter generoso, alegre e corajoso, alegrando os corações de
todos aqueles com quem convivia. Quando começou a ser atormentado por pesadelos que lhe pressagiavam um fatal destino, solicitou ao pai que descobrisse o
significado daquelas terríveis notícias vindas do inconsciente.
Odin, lesto, montou Sleipnir e viajou até ao submundo para consultar a vidente que jazia morta em Helheim, mas mantinha a memória ativa sobre estas matérias sensíveis e irracionais. Disfarçado embrenhou-se pelas neblinas gélidas e infernais e despertou a feiticeira utilizando técnicas antigas de necromancia. Odin, primeiro, quis saber por que razão havia salas no submundo preparadas com tamanho esplendor e luminosidade, por considerar estranho tal ambiente no mundo onde não via réstia de vida, ao que ela respondeu: "Está tudo pronto para receber honrado convidado que é Balder. Ela alegremente contou como o Balder o Belo iria encontrar o seu destino, mas parou o relato quando percebeu, ante desesperadas súplicas, que era Odin o o homem disfarçado.
A profecia aconteceria tal e qual como a feiticeira anunciara.
Odin regressou a Asgard mergulhado na tristeza e relatou aos deuses o que ouvira nos domínios da morte. Frigga, como mãe angustiada, arquitetou uma maneira de salvar o precioso filho, cuja luz mantinha a chama da vida acesa e alimentava a alegria celeste. Exigiu que todas as coisas vivas jurassem nada fazer para prejudicar Balder, dispensando apenas o pequeno e aparentemente inofensivo visco.
Garantida a integridade de Balder, os deuses decidiram desafiar a morte, atirando setas, paus, pedras e várias objetos que ceifariam a vida de qualquer um, mas ricocheatavam no corpo de Balder, e todos celebravam ao ver que o deus mantinha-se ileso.
Atento a tudo isto, Loki sentiu vontade em pregar uma valente partida e fazer uma maldade.
Disfarçou-se de idosa e foi até Frigga e perguntou-lhe: "Será que todas as coisas juraram não fazer qualquer mal?" "Ó, sim," respondeu a deusa: "tudo, exceto o visco. Mas o visco é tão pequeno e inocente que considerei desnecessário solicitar-lhe tal juramento. Que mal poderia o visco fazer ao meu filho?" Ao ouvir estas palavras, Loki virou costas, com um sorriso matreiro e foi à procura de visco, e trouxe-o para entrar no novo jogo dos deuses.
Loki aproximou-se de Hodr, o cego, irmão de Balder, um guerreiro valente e agressivo, e disse-lhe: "Não te devias sentir excluído do jogo, aproveita para honrares Balder neste teste à invencibilidade. A proposta agradou a Hodr. Loki entregou-lhe um arco e na ponta da flecha colocou uma porção de visco. "Fica tranquilo, eu oriento-te e vais apontar na direção de Balder, e à minha indicação disparas a seta." Assim fez Hodr. A seta, num ápice, perfurou o peito de Balder que logo caiu morto.
Os deuses emudeceram e tremeram de angústia e de medo. Eles sabiam que este evento era o primeiro presságio do Ragnarok, a queda e a morte, e não apenas de si mesmos, mas do próprio cosmos.
Moral da história: nunca subestimar o que parece simples, inócuo, porque poderá conter um potencial destrutivo capaz de fazer ruir torres gigantes. Há sempre à nossa volta quem pareça o que não é, seja a personificação do fingimento, dissimulado de sorrisos e de aparência frágil ou de temperamento compreensivo, mas com desejos de felino faminto.
Balder é aniquilado, mas não extinto. Ele regressa triunfante, como o Sol Invictus após o jugo do caos do inverno. Aproveitemos o recolhimento desta época para crescermos interiormente, mais fortes e resistentes para abraçarmos um novo ciclo dinâmico e construtivo, mais atentos às ilusões e despertos para os bons desafios. É com esta postura que encerro cada ano: com vontade de agarrar o touro pelos cornos e superar mais uma batalha. É tão bom quando estamos sempre a crescer, enquanto a idade corre para o fim!!!!
Odin, lesto, montou Sleipnir e viajou até ao submundo para consultar a vidente que jazia morta em Helheim, mas mantinha a memória ativa sobre estas matérias sensíveis e irracionais. Disfarçado embrenhou-se pelas neblinas gélidas e infernais e despertou a feiticeira utilizando técnicas antigas de necromancia. Odin, primeiro, quis saber por que razão havia salas no submundo preparadas com tamanho esplendor e luminosidade, por considerar estranho tal ambiente no mundo onde não via réstia de vida, ao que ela respondeu: "Está tudo pronto para receber honrado convidado que é Balder. Ela alegremente contou como o Balder o Belo iria encontrar o seu destino, mas parou o relato quando percebeu, ante desesperadas súplicas, que era Odin o o homem disfarçado.
A profecia aconteceria tal e qual como a feiticeira anunciara.
Odin regressou a Asgard mergulhado na tristeza e relatou aos deuses o que ouvira nos domínios da morte. Frigga, como mãe angustiada, arquitetou uma maneira de salvar o precioso filho, cuja luz mantinha a chama da vida acesa e alimentava a alegria celeste. Exigiu que todas as coisas vivas jurassem nada fazer para prejudicar Balder, dispensando apenas o pequeno e aparentemente inofensivo visco.
Garantida a integridade de Balder, os deuses decidiram desafiar a morte, atirando setas, paus, pedras e várias objetos que ceifariam a vida de qualquer um, mas ricocheatavam no corpo de Balder, e todos celebravam ao ver que o deus mantinha-se ileso.
Atento a tudo isto, Loki sentiu vontade em pregar uma valente partida e fazer uma maldade.
Disfarçou-se de idosa e foi até Frigga e perguntou-lhe: "Será que todas as coisas juraram não fazer qualquer mal?" "Ó, sim," respondeu a deusa: "tudo, exceto o visco. Mas o visco é tão pequeno e inocente que considerei desnecessário solicitar-lhe tal juramento. Que mal poderia o visco fazer ao meu filho?" Ao ouvir estas palavras, Loki virou costas, com um sorriso matreiro e foi à procura de visco, e trouxe-o para entrar no novo jogo dos deuses.
Loki aproximou-se de Hodr, o cego, irmão de Balder, um guerreiro valente e agressivo, e disse-lhe: "Não te devias sentir excluído do jogo, aproveita para honrares Balder neste teste à invencibilidade. A proposta agradou a Hodr. Loki entregou-lhe um arco e na ponta da flecha colocou uma porção de visco. "Fica tranquilo, eu oriento-te e vais apontar na direção de Balder, e à minha indicação disparas a seta." Assim fez Hodr. A seta, num ápice, perfurou o peito de Balder que logo caiu morto.
Os deuses emudeceram e tremeram de angústia e de medo. Eles sabiam que este evento era o primeiro presságio do Ragnarok, a queda e a morte, e não apenas de si mesmos, mas do próprio cosmos.
Moral da história: nunca subestimar o que parece simples, inócuo, porque poderá conter um potencial destrutivo capaz de fazer ruir torres gigantes. Há sempre à nossa volta quem pareça o que não é, seja a personificação do fingimento, dissimulado de sorrisos e de aparência frágil ou de temperamento compreensivo, mas com desejos de felino faminto.
Balder é aniquilado, mas não extinto. Ele regressa triunfante, como o Sol Invictus após o jugo do caos do inverno. Aproveitemos o recolhimento desta época para crescermos interiormente, mais fortes e resistentes para abraçarmos um novo ciclo dinâmico e construtivo, mais atentos às ilusões e despertos para os bons desafios. É com esta postura que encerro cada ano: com vontade de agarrar o touro pelos cornos e superar mais uma batalha. É tão bom quando estamos sempre a crescer, enquanto a idade corre para o fim!!!!
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