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A mostrar mensagens de julho, 2017

Da terra das bruxas, parti com o riso de Baubo

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Em pleno dia, sob a força do calor do Sol, surgi de surpresa, a sacudir a letargia da rotina do Terreiro das Bruxas. A povoação da freguesia da Moita, no concelho de Sabugal, cruzou o meu caminho em direção à misteriosa Sortelha, terra dos lagartixos, onde se partilha a lenda da Dona Lopa. Mais uma versão, entre muitas, de mulheres do Outro Mundo persistentes  em afrontar os ditames do Cristianismo que as flagelou em superstições. Dona Lopa está na mesma linha da Dama de Pé de Cabra, uma lenda arcaizante de recordações de glória feminina, sem diferenças, nem subjugação. Héteras que o entendimento puritano escarneceu com promiscuidade e incompreensão do poder transfigurador da sexualidade.  Naquele cruzamento, outrora conciliábulo de mulheres de poder, restam memórias amedrontadas por manifestações de espectros que penetraram no subconsciente dos seus habitantes como meros sugadores de vitalidade. Naquele lugar de festim extático, Hécate fora evocada às horas abertas, patrocinando vo

Do Monte Santo ao templo de Vénus

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Vista dos Penedos de Monsanto A saltar de penedo em penedo, qual cabra-montês, cortei as nuvens em voos xamânicos em busca do luar, cujas sombras ocultam histórias arcaicas e de ligações afectuosas a divindades outrora poderosas, mas subjugadas por sucessivos cruzeiros de pedra rude. Do alto do Monte Santo, onde resiste um castelo dos templários, avistei a capela de São Pedro de Vir a Corça, que por ação misteriosa, o seu alcance por via pedestre me foi dificultado. Uma mão invisível insistiu guiar-me para as portas do Chão do Touro. Animal lunisolar e emblema sagrado da Deusa nascida do imaginário do Homem primitivo e resistente nos rituais do Mundo Antigo. Não estou certa da eficácia do touro em fazer cair dos céus as águas seminais características aos cultos taurinos, pois as bocas das terras por onde andei estavam sequiosas e gretadas - o meu coração partiu-se ao ver o rio Ponsul transformado em lodo seco. A bela e mágica Egitânia (atual Idanha-a-Velha) mantém-se firme e par