Da terra das bruxas, parti com o riso de Baubo
Em pleno dia, sob a força do calor do Sol, surgi de surpresa, a sacudir a letargia da rotina do Terreiro das Bruxas. A povoação da freguesia da Moita, no concelho de Sabugal, cruzou o meu caminho em direção à misteriosa Sortelha, terra dos lagartixos, onde se partilha a lenda da Dona Lopa. Mais uma versão, entre muitas, de mulheres do Outro Mundo persistentes em afrontar os ditames do Cristianismo que as flagelou em superstições. Dona Lopa está na mesma linha da Dama de Pé de Cabra, uma lenda arcaizante de recordações de glória feminina, sem diferenças, nem subjugação. Héteras que o entendimento puritano escarneceu com promiscuidade e incompreensão do poder transfigurador da sexualidade. Naquele cruzamento, outrora conciliábulo de mulheres de poder, restam memórias amedrontadas por manifestações de espectros que penetraram no subconsciente dos seus habitantes como meros sugadores de vitalidade. Naquele lugar de festim extático, Hécate fora evocada às horas abertas, patrocinando vo