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A mostrar mensagens de junho, 2015

Vislumbrar a Deusa

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O castigo de Diana pelo atrevimento de Acteão é uma bela parábola sobre o momento certo da revelação. A deusa romana da caça não transformou o filho de Cadmo em veado apenas por ser acérrima defensora da sua virgindade. Acteão seduzido pela beleza de Diana, enquanto a deusa convivia no seu gineceu com as Ninfas, atreveu-se a espreitá-la enquanto tomava banho, purificando-se nas águas. A ousadia de Acteão faz-me lembrar a pressa de alguns indivíduos em atalharem uma série de etapas evolutivas, necessárias aos seu amadurecimento emocional e mental. A deusa lunar, de natureza pura, oculta um significado esotérico muito interessante: a iniciação nos mistérios femininos, como primeira via de crescimento. A cobiça de cariz sexual, como aconteceu com os impulsos de Acteão, rompeu véus importantes que se vão desvelando à medida em que vamos interiorizando o significado da Deusa como porta de acesso aos domínios mais profundos de nós mesmos, na demanda pela emancipação como entidade espiritua

Serra do Pilar: um axis mundi oculto

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A igreja da Serra do Pilar, às portas de Vila Nova de Gaia, alberga um simbolismo extraordinário relacionado com o Sol. Além de se tratar de um edifício único, pela construção circular do altar, porque os monges agostinhos "queriam estar mais próximos de Deus", é um lugar onde experimentamos a magia da geometria e da arquitetura sagradas. A Ordem de São Agostinho deixou impressas várias notas simbólicas desgastadas pelo esquecimento e pelo rigor espartano militar (a igreja atualmente está sob custódia do quartel do exército da Serra do Pilar, cabendo à direção regional a exploração turística) que fez desaparecer o jardim, cuja configuração nos poderia da r mais pistas sobre a dedicação ao Sol, como personificação de Deus. O ideal uma "só alma e um só coração orientados para Deus" e "amor da unidade e a unidade do amor" deu forma a um templo de grandeza aproximada a pequena escala das pirâmides do Egito, às contruções megalítcas do Neolítico e

Junho ao ritmo de Freya

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Junho é o sexto mês do calendário gregoriano e o primeiro do verão. É uma espécie de "porta do ano" que se abre à descoberta sob intensa vibração feminina , com a romana Juno, contraparte da escandinava Frigga, a deixar cair a túnica que lhe ocultou e protegeu o corpo durante o frio do inverno. A libertação da sensualidade feminina iniciou-se na madrugada de 1 de maio, no culminar de uma noite que teve tanto de turbulenta como de deleites sensoriais, no apelo à magia da sexualidade. Em Valpurgias desperta-se o encanto dos corpos que se entregam ao sorriso da razão da sua existência, recordando os "vestidos de céu", em que as estrelas disfarçam as partes pudendas e convidam ao saber estar sem presença de pecado. O Sol convida-nos ao bailado desnudado da Grande Mãe que mostra os seus seios pejados de saboroso leite e as suas roliças coxas. O instinto materno da progenitora tornada infame e proscrita resiste nos recessos da lembrança de mulheres independen