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A mostrar mensagens de maio, 2014

A lenda do Amanhecer

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Na lenda de Svipdagr , além de extrairmos a metáfora da alvorada e dos benefícios do Sol, percebemos o quanto devemos ser sinceros quando nos propomos a construir um relacionamento.  O poema da Velha Edda prova que nada adianta ao herói esconder a sua real identidade para tocar o coração de Menglod, assim como podemos atrapalhar a saúde do desabrochar de uma relação se não formos claros de propósitos. Chega-se a um determinado ponto do processo em que não há como alimentar a ilusão e corremos sérios riscos de aniquilar uma excelente possibilidade de crescimento a dois. Vale a pena abrimos as nossas janelas internas para deixar entrar o Sol!!! Vamos então à versão do poema antigo que nos ficou sem o registo do seu autor e podemos ler na Edda Poética, compilada por Saemund, filho de Sigfus, um apaixonado por relatos dos tempos pré-cristãos.  Esta figura parece conter reminiscências de cultos antigos, de cuja memória ficou no deus Dagr, Dia, talvez um parente de Swaefdaeg, "o Da

Renascer no fogo

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Jacob Grimm conta que os alemães no século XIX comparavam o fogo ao voo do galo de telhado em telhado. O galo é um símbolo solar, por anunciar o nascer do astro do dia, é o seu avatar que vive mais próximo do mundo terrestre. O fogo é a manifestação mimética do Sol no plano terreno, tendo, por isso, a mesma expressão solar, como difusor de calor que nos lembra vida, força, vitalidade e ação. As fogueiras de maio ateadas na celebração de Walpurgias anunciam a reconstrução da ordem a partir do Caos do período escuro do inverno. É a instalação de uma nova forma e de uma nova ordem por uma determinada energia. Durante a velada das fogueiras de Yule, sob os céus negros e frios de dezembro, as comunidades depositam no crepitar dos tições a esperança do advento do Grande propiciador que vence as trevas e restabelece a celebração da vida e da matéria. As "Murras" transmontanas, a arderem no centro da aldeia (representa a coesão da comunidade), simbolizam o fogo purificador, lem

Elli: a Senhora Velhice

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Por mais voltas que demos aos efeitos do tempo sobre o corpo, jamais restituiremos a juventude que ficou para trás. É um combate com derrota certa para o nosso lado. A história mitológica entre Thor e Elli, a personificação da Velhice, atesta a nossa pequenez ante a força inquebrantável do que é velho. Ser antigo não significa fragilidade, dependência e inutilidade. Elli mostra ao gigante musculoso que a velhice é um estado invencível, porque em vez de usar a energia e impetuosidade corporal, a sabedoria do tempo é mais forte do que um braço ou um punho musculados. A Velha Mulher que se apresenta à luta, num teste ardiloso de Útgarda - Loki (rei dos gigantes do caos), ilude Thor com a vitória fácil. A luta foi de tal modo que Thor por mais que se esforçasse , mais rápido ela se levantava ; então, a velha ensaiou uma posição , e Thor não demorou muito para cair de joelhos . A derrota, porém, nesta luta corpo a corpo, aconteceu num estalar de dedos e prostrou o